==== CORNÉLIO PROCÓPIO ====
As Origens do Município
Prof.Me. Roberto Bondarik
bondarik@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio
A Cidade de Cornélio Procópio, e consequentemente o município, foram fundados em terras que pertenciam a Francisco da Cunha Junqueira, inseridas em uma gleba denominada Fazenda Laranjinha. Junqueira comprou essas terras em 1923. Era comum que fazendeiros paulistas e mineiros comprassem terras nessa região, quer fosse para projetos de loteamentos e colonização, quer fossem para esperar a valorização destas glebas para posterior venda a terceiros.
Francisco Junqueira era um político paulista, e como tal envolveu-se na Revolução Constitucionalista de 1932, ao lado de seu Estado. Como foram derrotados, Francisco Junqueira acabou sendo deportado pelo Governo de Getúlio Vargas para Portugal. Em dificuldades financeiras, vendeu suas terras aqui no Paraná para a empresa de loteamentos formadas pelo Coronel Francisco Moreira da Costa e Antônio de Paiva. Antes porém. Junqueira planejou o parcelamento das propriedades de deixou planejados dois núcleos urbanos, denominados Santa Mariana em homenagem a sua esposa, Mariana e Cornélio Procópio em homenagem a seu sogro.
No intervalo entre a venda das terras por Junqueira e a posse da empresa Paiva & Moreira, algumas ruas começaram a ser ocupadas sem obedecer qualquer planejamento, ou seja algumas construções rústicas começaram a ser erguidas, fugindo ao padrão urbanístico previamente estabelecido. Os novos proprietários reordenaram a ocupação urbana e com a chegada de Ferrovia a cidade passou a crescer e a desenvolver-se. Vale a oportunidade para lembrar que os primeiros lotes urbanos foram vendidos em torno da Praça Brasil, sendo que ali na esquina da Rua Quintino Bocaiúva e Av. XV de Novembro, encontra-se o marco inicial da cidade.
A população inicial, era originária principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Os primeiros colonizadores e desbravadores eram atraídos principalmente pela fertilidade da terra, tida como umas das melhores do Brasil. Essa fertilidade era propagada em diversas regiões. Fato interessante dos primeiros tempos de Cornélio Procópio, foi a "propaganda enganosa", se é que podemos dizer, realizada pelos ingleses, que eram donos da Ferrovia São Paulo/Paraná e das terras a oeste do Rio Tibagi, onde desenvolveu-se a cidade de Londrina. Em seus panfletos de propaganda, os ingleses constantemente aumentavam a altitude de suas terras e baixavam a das terras vizinhas de seus concorrentes. Isso se dava pelo fato de que as terras aqui da região eram procuradas para o plantio de café, cuja geada, pior inimigo, ocorre mais forte em terras baixas.
Cornélio Procópio cresceu rapidamente, dependendo administrativamente de Bandeirantes. No ano de 1938, portanto a 62 anos, uma comissão formada por moradores resolveu pleitear a emancipação política e a criação de um novo município. Faziam parte dessa comissão entre outros: José Paiva, Oscar Dantas e Américo Ugorini, que utilizando-se de um documento onde se colocavam os motivos da criação do Município, elaborado por Benjamin Soto Maior, que era administrador da Cia Barbosa, foram a Curitiba ter uma audiência com o Interventor (Governador) do Estado naquela época, Manoel Ribas.
Portando credenciais e cartas fornecidas pelas Empresas Matarazzo de São Paulo, que possuíam uma Fazenda na região, e uma carta pessoal de apresentação da própria filha de Manoel Ribas, a comissão foi recebida e expôs seus motivos e intenções.
Desta maneira, o Município de Cornélio Procópio acabou sendo criado pelo decreto nº 6.212, de 18 de janeiro de 1938, sendo que a implantação do Município deu-se dia 15 de fevereiro daquele mesmo ano, mais ainda, na mesma oportunidade, Manoel Ribas transferiu a sede da Comarca de Jataizinho para o novo município. Cornélio Procópio de simples povoado passou a sede de Município e sede de Comarca, tudo no mesmo dia.
Desde sua emancipação política Cornélio Procópio vem crescendo e se destacando no cenário regional, como o demonstra o fato de ser sede dos núcleos regionais de diversas secretarias estaduais, como a da Educação, da Agricultura, do Trabalho, da Saúde, bem como de serviços e agências também estaduais e federais.
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