segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

CORNÉLIO PROCÓPIO - As Origens do Município


==== CORNÉLIO PROCÓPIO ====
As Origens do Município

Prof.Me. Roberto Bondarik
bondarik@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio

A Cidade de Cornélio Procópio, e consequentemente o município, foram fundados em terras que pertenciam a Francisco da Cunha Junqueira, inseridas em uma gleba denominada Fazenda Laranjinha. Junqueira comprou essas terras em 1923. Era comum que fazendeiros paulistas e mineiros comprassem terras nessa região, quer fosse para projetos de loteamentos e colonização, quer fossem para esperar a valorização destas glebas para posterior venda a terceiros.
Francisco Junqueira era um político paulista, e como tal envolveu-se na Revolução Constitucionalista de 1932, ao lado de seu Estado. Como foram derrotados, Francisco Junqueira acabou sendo deportado pelo Governo de Getúlio Vargas para Portugal. Em dificuldades financeiras, vendeu suas terras aqui no Paraná para a empresa de loteamentos formadas pelo Coronel Francisco Moreira da Costa e Antônio de Paiva. Antes porém. Junqueira planejou o parcelamento das propriedades de deixou planejados dois núcleos urbanos, denominados Santa Mariana em homenagem a sua esposa, Mariana e Cornélio Procópio em homenagem a seu sogro.
                No intervalo entre a venda das terras por Junqueira e a posse da empresa Paiva & Moreira, algumas ruas começaram a ser ocupadas sem obedecer qualquer planejamento, ou seja algumas construções rústicas começaram a ser erguidas, fugindo ao padrão urbanístico previamente estabelecido. Os novos proprietários reordenaram a ocupação urbana e com a chegada de Ferrovia a cidade passou a crescer e a desenvolver-se. Vale a oportunidade para lembrar que os primeiros lotes urbanos foram vendidos em torno da Praça Brasil, sendo que ali na esquina da Rua Quintino Bocaiúva e Av. XV de Novembro, encontra-se o marco inicial da cidade.
                A população inicial, era originária principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Os primeiros colonizadores e desbravadores eram atraídos principalmente pela fertilidade da terra, tida como umas das melhores do Brasil. Essa fertilidade era propagada em diversas regiões. Fato interessante dos primeiros tempos de Cornélio Procópio, foi a "propaganda enganosa", se é que podemos dizer, realizada pelos ingleses, que eram donos da Ferrovia São Paulo/Paraná e das terras a oeste do Rio Tibagi, onde desenvolveu-se a cidade de Londrina. Em seus panfletos de propaganda, os ingleses constantemente aumentavam a altitude de suas terras e baixavam a das terras vizinhas de seus concorrentes. Isso se dava pelo fato de que as terras aqui da região eram procuradas para o plantio de café, cuja geada, pior inimigo, ocorre mais forte em terras baixas.
                Cornélio Procópio cresceu rapidamente, dependendo administrativamente de Bandeirantes. No ano de 1938, portanto a 62 anos, uma comissão formada por moradores resolveu pleitear a emancipação política e a criação de um novo município. Faziam parte dessa comissão entre outros: José Paiva, Oscar Dantas e Américo Ugorini, que utilizando-se de um documento onde se colocavam os motivos da criação do Município, elaborado por Benjamin Soto Maior, que era administrador da Cia Barbosa, foram a Curitiba ter uma audiência com o Interventor (Governador) do Estado naquela época, Manoel Ribas.
                Portando credenciais e cartas fornecidas pelas Empresas Matarazzo de São Paulo, que possuíam uma Fazenda na região, e uma carta pessoal de apresentação da própria filha de Manoel Ribas, a comissão foi recebida e expôs seus motivos e intenções.
Desta maneira, o Município de Cornélio Procópio acabou sendo criado pelo decreto nº 6.212, de 18 de janeiro de 1938, sendo que a implantação do Município deu-se dia 15 de fevereiro daquele mesmo ano, mais ainda, na mesma oportunidade, Manoel Ribas transferiu a sede da Comarca de Jataizinho para o novo município. Cornélio Procópio de simples povoado passou a sede de Município e sede de Comarca, tudo no mesmo dia.
                Desde sua emancipação política Cornélio Procópio vem crescendo e se destacando no cenário regional, como o demonstra o fato de ser sede dos núcleos regionais de diversas secretarias estaduais, como a da Educação, da Agricultura, do Trabalho, da Saúde, bem como de serviços e agências também estaduais e federais.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Curdos no Norte do Paraná

Estou publicando novamente este texto sobre a tentativa de remoção de populações curdas do Iraque e sua fixação no Norte do Paraná na década de 1930.

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==== CURDOS NO NORTE DO PARANÁ ====

Prof.Me. Roberto Bondarik
bondarik@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio


                 A História do Norte do Paraná, é cheia de curiosidades, algumas até esquecidas, ou pouco lembradas. Fato interessante foi o da tentativa inglesa de fixar povos curdos aqui na região. Os mesmos curdos que até hoje lutam para se tornar independentes da Turquia e do Iraque, cujo líder acabou preso recentemente provocando protestos desse povo por toda a Europa.

Na mesma época em que o grupo inglês liderado por Lord Lovat adquiria terras no Norte do Paraná, companhias inglesas descobriam petróleo no norte do Iraque. Esse pais era à época uma possessão britânica, e a região em questão habitada pelos curdos que eram um povo belicoso, guerreiro e inquieto que não aceitavam o domínio inglês, nem a exploração estrangeira das suas terras. Portanto para explorar o petróleo, havia necessidade de remoção dos curdos para outra região.

Para resolver o problema, o Príncipe de Gales, que era um dos acionistas da Companhia de Terras Norte do Paraná, e Lord Lovat ofereceram em 1933, de forma sigilosa, suas terras no Norte do Paraná à Liga das Nações, em forma de arrendamento. Atitude que logo seria também apoiada secretamente pelo governo brasileiro, chefiado à época por Getúlio Vargas, uma vez que o Brasil esta endividado com Bancos Ingleses.

No ano seguinte, 1934, o assunto foi parar nos jornais. Uma forte campanha contraria a essa imigração foi desencadeada pela imprensa curitibana, sindicatos, associações de operários, entidades de profissionais liberais pressionavam o governo de Getúlio Vargas, para que voltasse atrás. Houveram reações de intelectuais, principalmente a Ordem dos Advogados do Paraná, e também de alguns professores da Universidade do Paraná.

Os motivos alegados ou as idéias básicas utilizadas na “Campanha contra a imigração dos assírios”, eram os mais variados iam desde ataques ao imperialismo britânico até a manifestações do mais puro racismo.

O governo brasileiro que através do Ministério das relações exteriores já havia dado seu aval para a imigração acabou por voltar atrás diante de tanta pressão. A própria Cia de Terras Norte do Paraná, desistiu do negócio, sob as alegações de que a localização daquela gente no coração de suas terras viria desvalorizar o restante da propriedade, mais de 400.000 alqueires.

                Diante da situação de extrema pressão em que se encontrava, e com a possibilidade real de uma grande desvalorização financeira de seu projeto, a Cia de Terras Norte do Paraná retornou a seus antigos objetivos, ou seja, a venda de terras:

                Quanto aos curdos, encontram-se ainda hoje sem o domínio efetivo de suas terras, divididos entre a Turquia o Iraque e a ex-União Soviética, sem poder constituir um Estado livre.

                A Companhia de Terras Norte do Paraná, passou então a vender em regime de pequenas propriedades, os 13.166 quilômetros quadrados de terras que haviam sido adquiridas de particulares, grileiros e posseiros e do próprio patrimônio do Estado do Paraná, as chamadas “Terras Devolutas”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

São José do Cristianismo - Considerações de Jairo José Barbosa

Recebi hoje um e-mail de Jairo José Barbosa que fez considerações e importantes apontamentos a respeito do texto sobre as Cidades Desaparecidas do Norte Pioneiro, em especial de São José do Cristianismo que é ligada a de São José da Boa Vista. Aliás Jairo Barbosa tem realizado pesquisas sobre esse minicipio, bem a mensagem por ele enviada é por sí só um documento e importante relato histórico. Peço a participação de todos que desejarem contribuir com nossa história com seus conhecimentos ...

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HISTÓRIA DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTA

De: Jairo Jose-Barbosa
Data: 14 de janeiro de 2011 11:53


Bom dia Professor e parabéns pela iniciativa.

Meus bisavós paternos: José Libânio de Oliveira e Manoel José Barbosa, eram coroneis contemporâneos do também coronel Tico Lopes e fizeram parte dessa história no final do século XIX e início do século XX, e passaram muitas informações para meu saudoso avó Bráulio Libânio de Mesquita. Mais recentemente, também meu tio, político reconhecido no norte pioneiro até 1980, Leopoldo José Barbosa, fez história nesse município, onde foi prefeito e elegeu sucessores por algumas vezes.

Já faz alguns anos realizando um trabalho de coletar dados em cidades como Castro, Brasópolis e Itajubá em Minas Gerais, além de outras fontes de pesquisas, que de condições de resgatar uma das principais histórias do Paraná, que passa por São José do Cristianismo sucedida por São José da Boa Vista, alguns poucos quilômetros de distância. Todo esse trabalho, cedi recentemente ao Município, para a realização de um livro em comemoração à sua emancipação política que será em outubro de 2011. (50 anos de sua segunda fase como município).

Apenas uma observação, embora se afirmem que São José do Cristianismo tenha sido fundada em 1848, existem dados em Brasópolis, Minas Gerais, que Domiciano Correa Machado, já em 1842, apenas mantinha sua fazenda em Brasópolis (antiga São Caetano da Vargem Grande) e já teria iniciado a Freguesia de São José do Cristianismo, inclusive com a construção de um trapiche à margem esquerda do Rio Itararé. Essa localidade é atualmente denominada Capela Velha, e fica dentro da Fazenda de Nerzio Barbosa, onde ainda é possível encontrar algus vestígios dessa antiga cidade.  E mais, São José da Boa Vista, esta sím, teria sido fundada em 1848, alguns quilômetros mata a dentro, em direção à região atual de Wenceslau Bráz e Tomazina, tanto que o fundador de Tomazina veio em seguida à Domiciano Correa Machado.

Em 1853, é fato concreto que já existia Freguesia de São José da Boa Vista, tanto que começava a herdar toda a população da decadente São José do Cristianismo.


Caso queira fazer uma vista, no blog de Lu Fiedler, no seguinte endereço: http://lu-fiedler.blogspot.com   existem algumas informações que também podem lhe interessar sobre São José da Boa Vista.

O texto principal da história de São José da Boa Vista, que me referi acima, talvez até venha publicálo também nesse blog, por enquanto, aguardando o que a Prefeitura irá fazer.

Se tiver mais alguns dados históricos e puder nos passar, será um prazer encaminhar para que o mencionado livro possa também citá-lo como um colaborador.

Essa história atualmente, não é mais somente de São José da Boa Vista, fará parte de outras diversas cidades do norte pioneiro, que tenho certeza, não será possível sem antes, decifrar da melhor forma possível sua gênese.

Mas, uma coisa é certa, São José do Cristianismo foi o início, e a segunda na lista, foi sem dúvida São José da Boa Vista, logo em seguida.

Cordialmente.


Jairo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cidades e Vilas Desaparecidas do Norte Pioneiro do Paraná = SÃO JOSÉ DO CRISTIANISMO =

Este primeiro texto, e pretendo escrever dois, trata de São José do Cristianismo, primeira povoação fundada no que conhecemos por Norte Pioneiro do Paraná, ainda no século XIX. 
O próximo texto que pretendo publicar, espero que neste mês ainda, será sobre Espírito Santo do Itararé. Duas localidades que não mais existem mas deixaram sua curiosa lembrança na nossa história local e foram responsáveis pelo nosso desenvolvimento.

Se gostarem peço que postem um comentário ao final do texto, isso será meu incentivo para que continue pesquisando, escrevendo e publicando. Já são em média uns 1.500 acessos e visualizações deste Blog por mês, acho que estamos no caminho certo valorizando a História do Paraná, do Norte Pioneiro e do Norte do Estado.

Obrigado e boa leitura, espero que seja instrutivo!!!

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Cidades e Vilas Desaparecidas do Norte Pioneiro do Paraná
==== SÃO JOSÉ DO CRISTIANISMO ====

Prof.Me. Roberto Bondarik
bondarik@utfpr.edu.br
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Cornélio Procópio


                Em filmes e livros de arqueologia é comum nos depararmos com ruínas de cidades e construções, locais que já foram muito importantes e hoje se encontram completamente desabitados e sem os vestígios aparentes de sua glória passada. Interessante é sabermos que no Norte Pioneiro do Paraná existem pelo menos dois antigos sítios urbanos, ambos do século XIX que foram importantes centros e hoje se encontram desabitados, abandonados praticamente desaparecidos. Trata-se de duas cidades ou vilas que existiram próximas ao Rio Itararé, separadas por diversas léguas e que foram responsáveis pela passagem dos colonizadores que ocuparam a região: São José do Cristianismo mais ao sul, próxima a atual São José da Boa Vista e Espírito Santo do Itararé quase na foz desse rio no atual município de Ribeirão Claro.

                A primeira das vilas e cidades desaparecidas do Norte Pioneiro do Paraná que tratarei aqui é São José do Cristianismo povoado que foi fundado em 1848, mas ao que nos parece já deveria existir desde 1842-43, em terras que pertenciam a Domiciano Correa Machado, fazendeiro mineiro que fomentaria a ocupação do Norte Pioneiro. Em 1853 por ocasião da criação da Província do Paraná esta localidade já devia ser uma vila de tamanho aprazível, chegando em 1872, conforme o censo daquela época, a possuir 3.572 habitantes: 1.927 homens, 1.645 mulheres; 3.297 pessoas livres e 275 escravos (através deste podemos concluir que houve trabalho escravo no Norte Pioneiro do Paraná); havia ainda 585 domicilios, chamados à época de “fogos” (devido ao fogão existente em cada casa).
Mapa indicando a localização de São José do Cristianismo
(Adaptação Prof.Me. Roberto Bondarik)

                A exemplo do que aconteceria praticamente em toda a região, dava-se inicio em São José do Cristianismo da ocupação e colonização por migrantes oriundos de Minas Gerais. Essa seria ao longo do século XIX e boa parte do século XX uma peculiar característica do Norte Pioneiro.

                Domiciano Corrêa Machado era natural de São Caetano da Vargem Grande, hoje conhecida por Brazópolis, em Minas Gerais. Ali era proprietário de terras, fazendeiro, mas atuava também como tropeiro na rota de Sorocaba até o Rio Grande do Sul. Conduzia gado e especialmente mulas desde o Sul, passando pelos Campos Gerais paranaenses até São Paulo e pode-se supor até as Alterosas. Foi na pratica desta atividade que Machado tomou conhecimento sobre as terras devolutas (sem titulação) que existiam no Vale do Rio Itararé, em especial na sua margem esquerda, corria ainda o ano de 1842 ou 1843 e a Província do Paraná ainda não havia se emancipado de São Paulo, aliás ninguém supunha que um dia ela teria esse nome tirado do maior rio de seu território.

                Naquele tempo, antes da aprovação da Lei de Terras de 1850, uma propriedade fundiária poderia ser adquirida somente de duas formas:

·        Pela compra de terras que houvessem sido tituladas;
·        Pela formação de posses em áreas devolutas e seu posterior registro.

                Destaque-se que um dos nomes pelos quais a região do Norte Pioneiro era conhecida no século XIX era justamente “Valuto”, derivado do fato da totalidade de suas terras serem de fato ainda devolutas.

                Após informar-se sobre a natureza legal da área que desejava, Domiciano Corrêa instalou sua posse após trazer sua família e proceder a venda de suas terras em Minas Gerais. A posse foi registrada em Faxina-SP e após a criação da Província do Paraná em 19 de Dezembro de 1853, repetiu o registro desta feita em Castro. Outras famílias de mineiros seguiram seus passos, é possível que a malograda Revolução Liberal de 1842 em São Paulo e Minas Gerais tenha influenciado os simpatizantes, envolvidos e derrotados neste movimento pelo Governo Imperial, a procurar novos ares e a sair de sua terra natal.

                Devidamente instalado Domiciano Corrêa doou as terras para o primeiro núcleo urbano do Norte Pioneiro. Chamado então de São José do Cristianismo, como já dissemos, foi fundado ao que consta em 1848, alguns anos antes do estabelecimento da Colônia Militar do Jatahy, bem mais ao norte, em 1853.

                Relatórios dos Presidentes da Província atestam que a produção de tabaco e fumo era uma das principais atividades do lugar, além da produção agrícola de subsistência. Seu principal contato para comercio foi por muito tempo Itapeva-SP, que era atingido por meio de uma picada e trilha.

                São José do Cristianismo prosperou e serviu de apoio aos colonizadores mineiros e paulistas que por ali passavam para adentrar pelo lado Leste do Norte Pioneiro em direção aos sertões do Rio das Cinzas e do Rio Laranginha. Conforme Ruy Christovam Wachowicz que historiou a região e cujo livro serve de base para esse texto, o estabelecimento das posses e seu desenvolvimento eram difíceis e custosos para serem conduzidos. Os custos eram elevados e apenas aqueles que já dispunham de algum capital se arriscavam pela região neste primeiro momento.

                Quase que ao mesmo tempo em que se estabelecia São José do Cristianismo, ali perto surgia um novo núcleo, São José da Boa Vista, em terras mais altas e livres da malaria, sezões e outras pestes palustres que assolavam a população daquele povoado pioneiro. Desta forma São José do Cristianismo passou a declinar em população e em importância logística devido as novas estradas que ligavam o novo núcleo aos Campos Gerais.

                A Lei nº 421 de 29 de Março de 1875 transferiu a sede distrital e administrativa do Cristianismo para São José da Boa Vista, que afinal se tornaria posteriormente município e comarca.

                São José do Cristianismo acabou sendo extinto, hoje devem existir alguns vestígios ainda aparentes em seu antigo sítio. O local desta pioneira vila norte-paranaense que deserta e abandonada é hoje apenas uma lembrança histórica que ainda teima e permanecer e manter-se viva em alguns relatos de antigos moradores da região ou pesquisadores curiosos que vislumbram a sua importância para a incorporação do Norte Pioneiro do Paraná à realidade brasileira.